29 de dezembro de 2015

Última corrida, último lamento, último post

Adeus terrível 2015. Despeço-me de ti numa corrida junto ao mar.

Junto ao mar é possível falar com as estrelas, pois junto ao mar estamos perto delas. O mar toca no céu. Lá, onde as estrelas estão.

2015 permitiu que no céu cintilassem estrelas que faziam falta cá em baixo, perto do chão ou perto do mar.

Quem cá está fica e sorri. É nosso dever.

Seis sorrisos para 2016.

 Ericeira Trail Run



Abraço 2016 como encaro as subidas: com serenidade e cautela.

Até Janeiro!

14 de dezembro de 2015

Reset

Sabes que tens de fazer uma espécie de reset na tua vida (de mulher corredora) quando vais a uma prova e desistes a três quilómetros do fim.

E perguntam-me vocês se estou triste com isso? Claro que não.

É só mesmo fazer o tal reset e em 2016 tudo vais ser melhor.

Tudo isto se passou nos Trilhos do Javali, uma prova bem bonita, bem organizada, num dia lindo em plena Serra da Arrábida. Tudo esteve bem.

Ficam apenas registos do início e do meio, porque do fim não reza a história.



24 de novembro de 2015

3º trail do Zêzere



Gostei tanto de ir à 3ª edição do Trail do Zêzere…

Não só por isto mas também.

Foi tempo de reencontrar alguns amigos e correr com pessoas que já não corria há muito tempo. Claro que o facto de estar um dia lindo também ajudou. Saí de lá de alma renovada. Fui à versão dos 20 km.

O Paul Michel foi fazer os 70 km. E segundo ele foram uns 70 km muito durinhos. Desengane-se quem acha que ali para os lados de Ferreira do Zêzere não se sobe. Apesar de não haver subidas longas, o percurso é sempre em sobe e desce, sobe e desce. 


Esta subida, por acaso, era uma 'pikena' excepção. Era loooonnnnga...


Desta prova só há a dizer bem, até o tempo esteve do lado da organização. É muito bem organizada dos diversos pontos de vista: logística, abastecimentos, percursos. Creio até, que é das provas onde vi mais voluntários. 

No caso dos 20 km, tivemos direito a um abastecimento, que também por tratar-se de uma prova pequena, posso dizer, que foi suficiente. Longe daquilo que são os bons abastecimentos de provas mais longas, mas ainda assim muito razoável: banana, laranja, bolos, isotónico, coca-cola, água, etc..





Da minha prestação nada a assinalar. As principais subidas eram no início e, por isso, logo ali no km6 senti-me um pouco sem forças. Recordo-vos que ando em dieta rigorosa. Apesar de neste dia ter reforçado não só o pequeno-almoço como também as refeições intermédias, constato que ainda assim foi insuficiente. Deveria ter reforçado as energias logo a seguir às subidas. Após ter conversado com a minha nutricionista chegámos a essa conclusão e, de futuro, terei de fazer outras opções. Correndo, 'dietando' e aprendendo.

Enquanto estiver a fazer dieta, terei de experimentar várias estratégias de alimentação. De Ferreira do Zêzere trago a aprendizagem que tenho de comer mais, especialmente durante a prova/treino. Não posso tentar resistir e depois sentir-me fraca e sem forças.

Em metade da prova tive a companhia especial da Rita que fez o favor de me empurrar nos últimos 11 km. E se empurrou... Obrigada, minha amiga!




Prestes a entrar no pavilhão onde estava a meta. Cansadita.

Antes da prova encontraram-se duas t-shirts mágicas: as t-shirts SPEM! E a propósito da SPEM constato, com grande satisfação, que estas t-shirts já começam a ser um fenómeno muito presente. É rara a prova onde elas não apareçam e em algumas já em grande número.

O Carlos Teixeira é um grande embaixador desta causa. Eu, apenas me considero uma simpatizante. Apelo, de novo, a todos que correm e que pretendam apoiar uma causa que a SPEM é uma organização que desenvolve um trabalho importantíssimo fruto de muito voluntariado.

Caso queiram saber mais informações vejam o site aqui. Se adquirirem a t-shirt por apenas 10€ já estão a dar um importante contributo.

Lembrem-se que ajudar não cansa. Só o correr.



Carlos Teixeira, eu e Ritchie

Inté, num trilho por aí!

12 de novembro de 2015

Wine Run na Quinta do Gradil e o dia de uma coligação

O fim de semana que passou foi rico em emoção. Senti como que tivesse voltado a correr. Participei na Wine Tour organizada pela Quinta do Gradil a propósito do Dia Europeu do Enoturismo.  Foi uma espécie de “corra e depois beba…” Tão bom.

Depois da prova a Quinta do Gradil proporcionou aos participantes da corrida e da caminhada uma prova de vinhos, castanhas assadas, fruta e outros petiscos. No final ainda nos ofereceram uma garrafa de vinho. Escusado será dizer que o dia estava lindíssimo e que o percurso da prova foi absolutamente embriagante.





Paul Michel decidiu ir às sete da manhã, com outro amigo, subir a serra de Montejuntos e depois, na hora da partida, apareceram para completar os 12km de prova. Fez assim o seu treino longo de fim de semana. Eu cá não. Apareci à hora marcada para o habitual convívio entre pares, fiz a minha corrida e depois bebi um copito que me deixou atordoada.

Ainda antes da prova estivemos à conversa com os amigos da blogue Correr na Cidade.




Depois de tanta converseta lá chegamos a um entendimento. Não foi preciso assinar acordo escrito porque "palavra dada é palavra honrada".

No final a foto da coligação:


Bem sei que mais parece uma OPA hostil do Correr na Cidade sobre o Run Baby Run, pois eles são mais e todo/as mais altos, mas a verdade é que eu e o Paul Michel tudo faremos para defender... 

Estava aqui a tentar fazer uma graçola entre a corrida e a política, mas... Epá, esqueçam... É tudo tão diferente. Não dá.

Parabéns à Quinta do Gradil pela iniciativa e até para o ano. Com mais quilómetros de prova e menos álcool no sangue!

Tchim-tchim!


11 de novembro de 2015

2 de novembro de 2015

Anda comigo ver os aviões (e burros e patinhos)

Pois pensavam vocês que eu já estava morta, morrida, matada? Nahhhh… Por aqui vamos rolando. Muito trabalho, algumas viagens cá e lá que não deixam uma nesga para escrever, mas por outro lado, deixam muito tempo para treinar.

Continuo afincadamente motivada no meu desafio: perder peso, perder massa gorda e ganhar massa magra. A par disto vou treinando moderadamente. Até ao fim do ano tenho algumas provas, mas tudo na casa dos 25km de distância e desnível de 800D+, no máximo.

Confesso que estou a atravessar uma fase muito boa na minha vida. Treinar sem provas à vista é coisa que já não fazia há algum tempo. Dá-me aquele gostinho de correr por prazer. Quando cumpro os meus planos de treino, muitas vezes não treino por prazer. Tenho aqueles dias, ou porque o trabalho foi extenuante, ou porque tive um aborrecimento, que quando chega a hora do treino só me apetece atirar com a toalha ao chão ainda antes de calçar os ténis. Mas a disciplina de treino, que é também muito importante, obriga-nos a esquecer tudo e a focar toda a nossa (muitas vezes pouca) energia naquele objectivo. E quantas vezes terminamos com a sensação que até foi um bom treino? Comigo acontece. Acabo de treinar e penso: “vês? Querias tu ficar em casa…”

E por isso mesmo em dias de chuva, trovoada, frio e vento arranjem um objectivo de treino. Comigo funciona. Por exemplo, vou sair de casa e vou ver os aviões.




Ou vou sair do hotel e vou ver os bichinhos…




É ir e voltar. Pronto. Treino feito.

25 de setembro de 2015

E o que é que uns Stan Smith e a ciática têm em comum?

Nada.

Mas tenho p'ra mim que a dor me passava logo se um par destes viesse direitinho para o meu armário.



Pronto. Era só. Bons treinos.

21 de setembro de 2015

Quase, quase, quase boa

Cá ando eu às voltas com as minhas dores! Credo, isto é mesmo conversa de quarentona. Adiante.

Todas as semanas tenho levado autênticas “tareias” no Mestre Urbano. Eu e o cotovelo dele já temos uma proximidade tal que supera a chamada “unha e carne”. Quem é que já provou as delícias do cotovelo do Urbano? É bom, não é?

Muitas foram as pessoas que me ligaram, enviaram mensagens para me dar dicas, sugestões e até avisos sobre o nervo ciático. A todas agradeço mais uma vez. Mas a verdade é que sou teimosa e vou (quase) sempre pela minha cabeça. Isto para dizer que estou a tentar curar a maleita da forma mais natural possível (massagem + estiramentos diários). A verdade é que não estou pior, mas também é verdade que ainda não estou bem.

Este domingo fui treinar apenas trinta minutos, até levei o mais novo, e fui sempre sentindo a tal dor aguda. Desta vez com menor intensidade e numa zona mais concentrada. Ou seja, deixei de ter a sensação de perna presa e agora sinto uma ligeira dor na zona abaixo da nádega que se prolonga até sensivelmente a meio do adutor.

Estou confiante que isto vai lá. Tão confiante que até já me inscrevi numa prova de trail de 15km no próximo sábado. Até lá decidirei se vou ou não.

Já sei que muitos me vão dizer que sou doida, que devia estar quieta, fazer repouso… A todos, sinceramente agradeço a preocupação, mas até hoje o meu instinto (quase) nunca falhou. Até pode demorar mais tempo a curar, mas acho que vai lá.

Bons treinos e sem dores de preferência!


(Assim no entretanto e como ninguém quer a coisa: já vos disse que estou mais magra? Missão “Gisele Bündchen ao pé de mim és uma orca” em curso!)

9 de setembro de 2015

Nervo ciático


Ando às voltas com uma dor HORROROSA. Chama-se, ao que parece, ciática. Domingo passado parei o treino aos 20 minutos, já não dava mais.

Mézinhas, truques, testemunhos, macumbas… Aceito tudo! Estou compradora!

“Amandem” lá daí as vossas dicas, por favor. Fico agradecida.


(Tinham-me dito que depois dos 40 isto era sempre a cair, mas nunca pensei que fosse logo, bolas! Saudades dos intas

1 de setembro de 2015

Suunto Ambit 3 Peak - aquela máquina...

A Suunto emprestou-me um relógio. E veio na altura certa. Umas semanas antes de Cortina andava preocupada pois o meu Garmin só (coitado!!) aguenta oito horas de bateria e eu sabia que precisaria de bem mais de oito horas para fazer a prova. "Ten minutes before ending", lembram-se?

Recordo duas particularidades neste relógio que me impressionaram. Destacaria duas delas: 

  • a possibilidade de configurar vários monitores com a informação que mais nos convém; e
  • o facto de nos avisar das condições meteorológicas.

Sobre a primeira tenho a dizer que usei uma funcionalidade que nunca tinha usado e que me ajudou imenso na gestão do esforço: o desnível acumulado, o desnível positivo e o desnível negativo.

Até agora geria apenas as minhas provas pelos quilómetros percorridos, sem nunca ligar muito ao desnível. Acontece que, e quem corre em trilhos sabem bem disso, percorrer um quilómetro pode significar 7 minutos ou 15 minutos (comigo até já significou 19 minutos!!).

A dado momento, já cansada, saber que a prova tinha 2700D+ e que eu ainda só tinha feito uns 1200D+ foi importante para me consciencializar do que ainda tinha pela frente. E pela primeira vez, dei comigo só a olhar para o desnível positivo e muito raramente para os quilómetros. Foi importante saber, por exemplo, e com a ajuda do gráfico da prova, que a próxima subida ia ser muito íngreme. Não há dúvida que em trail saber apenas os quilómetros é manifestamente insuficiente.

Por isso tive sempre comigo três monitores com a seguinte informação:

batimento cardíaco + tempo prova + desnível acumulado
batimento cardíaco + tempo prova + desnível positivo
batimento cardíaco + tempo prova + velocidade/km

Sobre o aviso das condições meteorológicas achei um piadão quando o relógio começou a apitar. Pensei: "olha lá se vai a bateria. Esta malta do marketing das grandes marcas são mesmo uns malandros, quando é para emprestar dizem-nos que aquilo é TOP e depois... Abafam-se! Ah e tal, o relógio aguenta 30 horas!!" Aguenta, pois! Está-se mesmo a ver. 

Olhei para o monitor e leio: "Alerta - Perigo de tempestade". Quase que tropecei de tanto rir. Estava um sol maravilhoso e o sacana do relógio dá-lhe um fanico. Pensei: "mas que grande cebola me emprestaram... E ainda querem que eu diga bem deste emplastro em forma de ovni!"

Pois... Tive de engolir os dentes. Passados alguns minutos sinto umas gotas de água nas costas. Olho para trás e vejo o céu negro como breu. Foi quando caiu a tal trovoada que me fez fazer 4m30'/km.



Ainda assim, achei que em Cortina - após quase, quase, quase 12 horas de prova (ten minutes before ending, não esquecer!) e uma trovoada de estremecer mortos – o relógio não tinha sido sujeito às mais adversas condições. Vai daí levei-o até à Pampilhosa da Serra, a capital do desnível, sobretudo negativo, e da adversidade.

Posso assegurar que o relógio foi submetido às mais duras exigências:

Provoquei-o. Língua de fora durante 20 minutos. 


Quatro dentadas. 

Pendurado numa árvore uma noite inteira, ao frio e ao vento. 

 Pisei-o sete vezes.

Afoguei-o num riacho. 

E o tira-teimas: meia hora ao lado de cocó de um qualquer animal pampilhosense.


Acreditam que o relógio continuou a trabalhar e a dizer que as minhas pulsações estavam altas? E que só tinha treinado uns míseros 8km com 400m D+? A sério… Passei-me.

E agora pergunto: já alguém tinha submetido estas máquinas a estas condições? Não, pois claro. É só correr, só correr...


*  *  *

Para uma review técnica (coisa que jamais conseguirei fazer com coisas tecnológicas, não me está no sangue, sei lá...) Leiam isto que ainda por cima compara o Suunto com outro gigante: o Fénix 3. Podem ler tudo aqui.


(Este artigo não foi OBVIAMENTE escrito em parceria com a Suunto.)

26 de agosto de 2015

Carta aberta ao Paul Michel


- “Estás onde? Vem buscar-me. Estou em Col de Sencours e vou ficar aqui. Não dá. Não consigo. As pernas não andam e a cabeça não responde.”
- “Tens a certeza? O que é que se passa contigo?”
- “Epá, não sei. Hoje algo não está bem. Não quero isto. Não quero estar aqui. Quero ir-me embora. Vem buscar-me, está bem?”
- “Está bem.”

Esta foi a nossa conversa ao telefone, lembras-te? Assim que desliguei o telemóvel só me apetecia chamar-te nomes. Olhei para o teu filho e pensei: “o que é que agora lhe vou dizer?” Não estás a imaginar a cara do teu filho quando lhe disse. Ele só sabia perguntar “porquê?” e eu sem saber o que lhe dizer. Teria sido mais fácil dizer-lhe que estavas magoado. Mas não. Tiveste um motivo daqueles esotéricos. Que não dá para encaixar na cabeça duma criança de 9 anos.

Depois de teres feito tudo o que fizeste até aqui, depois de mostrares a muita gente como se luta para alcançar objetivos (mesmo não sendo fisicamente dotado para isso…) a ti não te é permitido fracassar desta maneira. Tiveste um chelique na cabeça? A sério?! Isso é coisa de meninos, Paul Michel! Tu nunca tiveste uma cena dessas. Se há coisa em que és forte é na cabeça. Focas-te no objetivo e não há quem te mova um centímetro.

Naquele dia não. Foste uma menina. “As pernas não andam e a cabeça não responde”… Bolas, que conversa é esta, pá? Nunca tal coisa acreditei vir a ouvir da tua boca. Muito menos na prova onde, pela primeira vez, o teu filho e a tua mulher te vão apoiar. Lindo serviço, sim senhora…

Treinaste como um profissional. Abdicaste de tempo com a família, de tempo com os amigos. Evitaste a vida social, o convívio das férias de verão para que nada pusesse em risco a tua prestação. E chega-se ao dia e… “As pernas não andam e a cabeça não responde”.

Várias pessoas me perguntaram o que se tinha passado. Todos acharam que te tinhas lesionado (um queda, seria o mais provável). Desistir aos 38km numa prova de 160km só por um grande azar. Mas não... Quando pediam a minha confirmação do óbvio (“ele caiu, foi?”) a minha resposta era o mais tonta possível: “não, não caiu… Diz que não consegue…” Muito bom! Ficava um silêncio ensurdecedor entre mim e a pessoa do outro lado da linha.

Isto foi no dia. Foi assim que me senti, Paul Michel. Defraudada, quase enganada. Revoltada e, durante algum tempo, irritada e furiosa contigo. Afinal de contas, tanto treino, tanta estratégia, tanta logística, tanto planeamento, tanta coisa, para no dia… “As pernas não andam e a cabeça não responde”.

Se fosses à merda…

Mas isto foi naquele dia. Naquele dia quase que desejei que tivesses caído, pois seria mais fácil justificar o injustificável. Não te entendi, não te compreendi. Não reconhecia o super-herói que sempre admirei muito mais pela tua dedicação e trabalho e muito menos pelos teus resultados.

Também quero que saibas como me senti. Também tens de perceber que para mim não foi fácil. Não foi fácil gerir toda a tensão daquele momento ainda p’ra mais com um miúdo de 9 anos ali ao meu lado. Não tens ideia do que foi a minha viagem de Hautacam até ao Col du Tourmalet. A disfarçar as lágrimas pela cara abaixo sem que o garoto percebesse. Ao mesmo tempo olhava pelo espelho retrovisor e via-o a choramingar. Nem acreditava que aquilo me, ou melhor, nos estava a acontecer.

Quando te vi no Col du Tourmalet tive um misto de sensações: raiva e pena. Não sabia o que te dizer. Aliás, ainda tive dúvidas se havia de te bater. Juro. Entraste no carro e nem um beijo ou abraço te dei. Arranquei dali rumo ao hotel. O filho dormia. Era um dia para apagar da memória. Era um dia para esquecer. Ou não…

Hoje, aqui sentada a escrever-te, já tenho discernimento suficiente para analisar toda aquela situação e peço-te desculpa por tudo o que pensei na altura. Hoje reconheço o quão injusta e dura fui contigo, ainda que só em pensamentos. Naquele dia deste-me uma grande lição. A mim, a ti e ao nosso filho. Daqui a uns bons anos, tenho a certeza que ele se lembrará daquele dia e do que aprendeu.

Aprendeu que afinal os gigantes também caem.

Aprendeu que o seu super-herói também tem fraquezas emocionais.

Aprendeu que depois de uma derrota é tempo para repensar o futuro.

Aprendeu que a cabeça é o nosso maior e mais forte músculo.

Aprendeu que não são as pernas que sobem montanhas, mas sim o coração.

Aprendeu a esperar horas no topo do monte agarrado a uma bandeira.

Aprendeu que horas de trabalho e esforço nem sempre se traduzem em vitórias.

Aprendeu que as frustrações e os fracassos nos ensinam mais que as glórias e os troféus.

Aprendeu que chorar lava a alma.

Aprendeu ele… E aprendi eu.


Obrigada "Urso Velho"

O filho à espera do pai

12 de agosto de 2015

III trail da Pampilhosa, SPEM, Bombeiros Voluntários e mais houvesse...

Nesta edição do trail da Pampilhosa da Serra percorri os 17km. Havia ainda uma caminhada de 7km e o trail de 30km. Os dois rapazes da foto abaixo fizeram os 30km e as meninas os 17km. Foi o regresso da nossa Babe (ainda se lembram dela?) às lides do trail.



Este ano ouvi vários elogios ao percurso dos 30km. Quem esteve nas edições anteriores recordava com saudade o percurso da primeira edição e com algum desalento o percurso da segunda. Este ano voltaram a caprichar no percurso e ofereceram aos participantes um bonito trail onde era possível degustar as típicas paisagens da região. A Pampilhosa não pode oferecer outra coisa senão o que tem. E o que tem, se for bem feito, já é muito bom. Depois pode haver quem goste mais e quem goste menos. Este ano creio que a organização, no que diz respeito ao percurso, esteve bem.

Sobre os 17km, e é sobre estes que vos vou falar, tenho a dizer que o percurso foi bastante acessível, nada técnico, e portanto muito fácil. As subidas foram poucas mas longas. Este trail teve um início duro, até aos 7km, que depois permitia rolar até à meta sem nenhuma dificuldade. Não fosse o calor, claro... É claramente um trail para atletas rápidos. Tipo, nós... 



O grande inimigo do dia foi o calor. Estava mesmo muito abafado e no final da prova, os últimos 5km foram feitos com temperaturas a rondar muito perto os 40º C. 




Mas o que queria destacar deste trail foi a onda solidária que se gerou. Apelei, juntamente com os Carlos, para a causa da SPEM e fiquei agradavelmente surpreendida com o número de t-shirts que vi por lá. Desde as t-shirts aos donativos recolhidos, creio que foi um dia em que o trail andou de braço dado com causas que merecem MESMO ser ajudadas.

E não foi só a SPEM. No briefing inicial fomos informados que as nossas inscrições (trail e caminhada) reverteriam a favor dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa da Serra. SUPER!!!






Outro ponto que gostava de destacar é o já famoso almoço no pavilhão dos bombeiros: porco assado com arroz de feijão (que estava um mimo!!), bebidas e fruta à descrição para todos os participantes. Tudo isto ao som da actuação do Grupo de Concertinas de Machio, que nos animou não só durante o almoço mas também antes da partida e ao km7. 

Dizia-me alguém o seguinte: "este trail tem uma diferença face aos outros: onde é que é possível terminar a prova, dar dois passos, e mergulhar num rio assim?" Toda a razão. E eu acrescentaria ainda mais: creio que na Pampilhosa se oferece um trail onde qualquer praticante da modalidade pode participar sem grandes mi-mi-mis. Ou seja, não se trata de "dureza extrema" (como se diz nos dias de hoje), mas antes de um trail acessível que não causa danos de maior. Percebem o que quero dizer? Se todos os anos assim o fizerem já está muito bem. Livrem-se é de acabar com o almoço no final! Ou então mudar a data e depois já não há banhos no rio Unhais!!

Mantenham o trail na época balnear, mantenham o percurso (podendo variar de ano para ano, já que na região há imensos trilhos/estradões) e mantenham o almoço no final. Se assim for é um trail TOP!


Atletas TOP!

Para mim este trail estará sempre conotado como um trail solidário e de convívio. Mais do que taças, prémios e competições (que também são importantes), neste dia celebramos a amizade e o encontro de pessoas que se conheceram no trail. A juntar a isto ainda conseguimos contribuir e ajudar quem precisa.

Que melhor programa para um dia de 40ºC? Só se for...

...Beber uma 'mine' fresquinha!  ;)




O 'cumbíbio'



5 de agosto de 2015

Ainda o III trail da Pampilhosa


À semelhança da caixinha que me foi entregue pela SPEM, a recolha de donativos será feita de forma transparente. É uma caixa em acrílico que está fechada, quem tem a chave é a SPEM.



No dia do trail da Pampilhosa, eu o Carlos Teixeira ou o Carlos Cardoso seremos os responsáveis pela dita e pela recolha dos donativos. A recolha será feita antes, durante e após o trail.

Durante o trail, e porque nós os três estaremos em prova, a caixinha ficará junto à meta para que durante a prova possam, qualquer pessoa, mesmo que não participe no trail, efectuar o seu donativo.

Recordo que esta iniciativa reverte a favor da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla.

Espero contar convosco para que possamos ajudar esta instituição a desenvolver a sua missão. Quem sabe se amanhã não somos nós a precisar... 

Oxalá tenhamos quem corra por nós!

4 de agosto de 2015

Le Grand Raid des Pyrénées #1

Nas últimas semanas os treinos não abundam. Próximo domingo terei o trail da Pampilhosa, onde farei os 17km. Quando me inscrevi já sabia que não me iria "apetecer" fazer os 30km. Para ajudar à festa, uma otite que trouxe das férias veio agravar ainda mais (se é que é possível) a minha rotina de treinos. O incómodo que tenho no ouvido desmotiva-me a treinar. E desde Lavaredo que tenho uma dorzita na anca, do lado esquerdo.

Fim das queixinhas.

Tirando isto continuo a ver o Paul Michel a treinar que nem um louco para o seu grande desafio 2015.



Levanta-se às cinco da manhã para treinar, não bebe álcool, não sai à noite, só come rúcula e bagas de goji… Mas percebo-o. E de alguma forma tenho uma certa inveja. Nada como um grande desafio para nos incutir rotina de treino e disciplina (desportiva e alimentar) – coisa que, ultimamente, preciso a potes na minha vida de corredora!

Nos últimos dias, para mim, o desafio é outro. Olhar para mapas. Sim, mapas. Ando a estudar a zona onde vai decorrer o Le Grand Raid des Pyrénées. Já vos tinha dito que iria com ele até Vielle Aure, que fica perto da fronteira espanhola, nos Pirinéus.

Farei o que nunca fiz na vida: dar apoio numa prova. O que significa isto? Andar pelos pontos de abastecimento e, onde for permitido, dar apoio logístico (comida, troca de roupa, beijinhos…). Onde não for permitido fazer nada dou-lhe só beijinhos. 

As próximas semanas serão de estudo. Terei de fazer uma espécie de road-book para mim. Paul Michel é muito metódico e organizado com esta coisa das corridas. Já o estou a ver. Vai fazer um ficheirinho Excel onde vai anotar o que tenho de fazer em cada posto de abastecimento: que comida lhe devo dar, que roupa devo ter pronta para ele trocar, se vai querer chá ou café, etc…

Ainda se lembram como foi na MDS? O homem não deixa créditos por mãos alheias. E mais! Caso me atrase em algum posto de abastecimento tenho por certo que me vai dar uma carga de pancada com os bastões!

Entretanto, vamos levar mais alguém connosco. Um alguém que se mostrou muito interessado em acompanhar-nos. Quem? O nosso mais novo. Tenho para mim que estamos a criar um ‘monstro’. Há um par de meses, disse ao pai: já sei qual o presente que quero quando eu fizer 18 anos… Quero fazer a MDS!...”


Escusado será dizer que engolimos em seco! Só não foi mesmo, mesmo, mesmo em seco porque tinha ali à mão um isotónico fresquinho! Senão...

27 de julho de 2015

III trail da Pampilhosa da Serra e a SPEM

Ora viva caríssima/os!!

Regressada de férias é tempo de vos explicar o que se vai passar no trail da Pampilhosa.

Existe alguém que é um verdadeiro embaixador de uma causa. Não há corrida que ele faça que não use a sua t-shirt mágica. Chama-se Carlos Teixeira e em tempos desafiou-me a vestir também esta t-shirt. Aliás, o desafio foi tão longe que me disse para a levar até à Transgrancanária. Assim o fiz. Lembram-se?



Já vos tinha aqui falado da Em'Força e da sua causa. Quem quiser aliar o gosto da corrida ao gosto de ajudar tem aqui uma oportunidade.

Mas voltando ao trail da Pampilhosa. Entre mim, e os dois Carlos (o Teixeira e o Cardoso) lembrámo-nos de fazer uma angariação de fundos no trail da Pampilhosa, visto ser este o trail onde o Carlos, o Teixeira, se iniciou no trail e onde um grupo de amigos vindos pela mão do Carlos, o Cardoso, vem até aquela bela terra desfrutar de um evento que, apesar de nem sempre correr bem, tem no final uma forte componente de convívio.

Assim, o desafio deste ano é convidar os participantes a adquirir a t-shirt (mais informações ver o site da SPEM) que custa apenas 10€ e ficam com uma t-shirt técnica que poderão usar noutras provas e dedicar, simbolicamente, os quilómetros que fazem à causa ou então no dia da prova contribuírem com o que quiserem.

Mais informações sobre esta iniciativa vejam aqui.

Desde já agradeço e conto com a vossa ajuda, nem que seja 1€.




7 de julho de 2015

40 anos de Anabela

No meio de corridas entre montes e rios ainda tive tempo de fazer uma festa de aniversário de arromba!! Como é que eu tinha tempo para treinar? Impossível.

Agora a sério. Fiz 40 anos! Queria uma festa que assinalasse a data. Pedi ajuda a amigos e a uma empresa que organiza eventos.

Foi um misto de surpresa e mais-não-sei-o-quê!

Quando lá cheguei tinha um trono como o meu sapatinho voador!

  


(Já) é impossível imaginar a Anabela sem corridas!

Agradecimento especial à A2 - De Coração pelo empenho e dedicação na organização do aniversário.


Afinal de contas não temos de andar na estrada da vida suados, a cheirar mal e com t-shirts técnicas!




Só ficou a faltar ali umas LaSportiva, caramba!! 


 O meu pódio dos 40 anos!

 Não faltou a hidratação. Abastecimentos TOP!

Abraço a todos vós que também fizeram parte destes últimos anos da década dos meus 'intas'. Que na ultra-maratona da vida as subidas não nos tirem o fôlego... Se for preciso abrandamos, mas nunca paramos!