Uma prova onde não há nada para contar.
É ir para provar.
É ir para sentir e ver.
É ir para aprender.
É ir para renovar.
É ir. Sempre.
Uma prova onde não há nada para contar.
É ir para provar.
É ir para sentir e ver.
É ir para aprender.
É ir para renovar.
É ir. Sempre.
E por falar em voltar…
Ou voltava a Chamonix ou voltava à
Serra D’Arga.
Mas como impera em mim o
discernimento de me considerar uma corredora mediana-quase-medíocre-ó-coiso vou
regressar à Serra D’Arga com a esperança de fazer uns 17km cheios de vontade e
garra.
O plano de treinos em agosto foi completamente por água abaixo. Por isso tenho setembro para treinar. Retomei os treinos de ginásio e recomecei a semana passada a corrida ligeira. Ligeiríssima… Tão ligeira que a roupa de treino ainda ficou a cheirar a perfume.
Vou à Serra D’Arga com mais três comparsas imbuídos do espírito da equipa RUN BABY RUN. Aquele espírito do: “’bora aí correr, a seguir comer e beber umas cervejas…”.
Talvez um deles esteja mais
no espírito de “’bora aí correr até morrer para ganhar aquela mer$%, a seguir
comer e beber uma Somersby até cair para o lado”. De seu nome Bala! (Esperemos que o Bala não vire chumbo de
pressão de ar 😂).
O meu objetivo é marcar o regresso no mesmo sítio onde tudo começou e mais me marcou. A seguir a esta outras virão. Tudo com muita calma, que eu já não vou p'ra nova. Já tenho outras provas em vista mas rondarão os 20km.
Voltar à estrada não é uma opção. Nunca morri de amores pelo alcatrão, vocês sabem. Talvez faça uma prova ou outra só para sacudir o pó dos ténis, mas nada mais do que isso.
O espírito é o monte!
O tal espírito RUN BABY RUN |
Passaram 4 anos mas continua tudo na mesma 😍 |
Até o correr devagar, continua na mesma 😂 |
RUN BABY RUN 2.0 A patroa, a Babe, o Bala e a Rachel - vão atacar a Serra D'Arga |
Nunca percebi do que gostava mais de fazer (ou ser…): escrever ou correr. Talvez escrever. A escrita devolve-nos uma forma de expressão que a corrida não nos permite. Acho que vou sempre mais além a escrever, além disso sou mais rápida a escrever 😄e nunca me canso.
Passei os últimos dias agarrada
ao site do UTMB como que a tentar sentir o cheiro e a vibração de Chamonix.
Como já disse noutro sítio: Chamonix nunca saiu de mim. A corrida nunca saiu de
mim.
Nos últimos anos saíram muitas
coisas de mim. Outras entraram. Não sei fazer o balanço, mas perdi muito. Mas também já aprendi que nunca se perde, aprende-se.
Deixei de correr no dia 26 de
outubro de 2019. Recomecei no dia 25 de abril de 2023. Dia da Liberdade.
Deixo e recomeço. Deixo e recomeço.
Deixo e recomeço. Deixo. Recomeço.
Procuro nos trilhos e na corrida uma
terapia barata, mas acima de tudo procuro uma terapia que me deixe a mente e o coração
transparentes, sem poluição e sem espinhos.
Tenho uma ultramaratona para fazer e como tal terei de me dedicar aos treinos. Prometo a mim mesma que o farei. Sei que me espera uma longa jornada de dedicação, perseverança e disciplina. Porventura, uma jornada longa. Mas temos tempo!
Sou uma corredora porque corro. Não porque corro rápido ou porque corro muito. Sou uma corredora porque sei que sou, porque corro. E ninguém me diga o contrário.
Miguel Torga escreve sobre Esperança.
Gosto deste poema porque fala de vinho, que é algo que aprecio bastante, e
associa-o ao renascer, ao voltar, ao querer de novo, à esperança…
O que é bonito neste mundo, e anima
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura...
E que a doçura
Que não se prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova...
Corrida da Liberdade, Abril 2023 |
Trail Summer Challenge - Ericeira, Julho 2023
O meu filho já corre 🏃 - com o tio