29 de maio de 2015

Sai um bitaite p'rá mesa do canto, fáxabôr!

Já mandei os meus votos de ânimo e coragem à nossa Seleção Nacional que este fim de semana defende a nossa bandeira em Annecy, onde se disputa o campeonato do mundo de trail. Foram votos sinceros de quem fica cá a torcer por todos e tem a firme convicção de que nos vamos sair muito bem. Oxalá!






Agora outro assunto que me preocupa bastante! Quem é que vestiu os nossos meninos e meninas daquela maneira? Quem? Não estou a falar das cores. Claro que quaisquer que sejam os modelitos escolhidos, as cores nacionais têm de lá estar. Ok, essa eu compro. Agora, havia necessidade de levarem roupa dois tamanhos acima? Credo! E as calças? Não houve tempo para fazer as bainhas? Sobra ali quase meio metro de pano!

Lucinda, Júlia, Ester e Susana: reclamem, pá! Exijam uma roupa mais gira! 

E depois vestem meninos e meninas da mesma maneira. Vai tudo a eito! Acho mal e não gosto. Sobretudo, estas mulheres, todas elas, com corpos bonitos e definidos deveriam usar um traje diferenciado dos homens e que as favorecesse.

Se eu mandasse era assim. Elas de saia-calção, eles de calção tipo bermuda. Todos com polos, cintadinhos. Elas branco e encarnado, eles branco e verde. Simples e bonito.

E, claro, por fim: unha pintada de rouge suspicious nº561 da Chanel. Só elas...



(Percebem agora porque é que eu nem me quero arriscar a ser uma gaja-ultrarunner-top-máquina?? Depois obrigavam-me a vestir coisas daquelas. Nahhhh... Comigo não).


Boa sorte Seleção!!

13 de maio de 2015

III Trail da Pampilhosa da Serra


Já acertaram na hora, agora só falta acertar no percurso.

Quando digo acertar, quero dizer melhorar.

Reservem as vossas agendas: dia 9 de agosto às 9.30m.





Vinde correr até à Pampilhosa da Serra
Vinde 'trailar' na natureza!
E tenham a noção de que no final
Terão grades de minis sobre a mesa!

Vejo-vos lá, certo?

8 de maio de 2015

Peneda Gerês Trail Adventure 2015

Estão a ver aquela sensação de ir a um casamento onde passam o dia a comer entre velhos amigos? E depois quando regressam a casa têm aquela sensação de enfartamento (e talvez algum arrependimento) porque comeram e beberam que nem alarves?

Pois é, o Peneda Gerês Trail Adventure (PGTA) foi muito mais que isso. Imaginem isso mas em dobro. Vim de lá de barriga cheia de trail e amigos. Uma barrigada cheia de diversão e magia.

Podem chamar-me tendenciosa. Nunca escondi a minha admiração pelo Carlos Sá. Há muito que as provas dele "mexem" comigo de forma diferente. Ainda me lembro da minha primeira Serra D'Arga. E não acho que isso se deva apenas ao local onde são realizadas. Claro que ajuda muito: uma coisa é correr no Gerês ou na Serra da Estrela, outra coisa é correr na Pampilhosa ou em Azeitão. Cada local com as suas belezas, mas também com as suas diferenças.

De qualquer modo, e voltando à questão, à um mix qualquer que faz com que as provas do Sá sejam diferentes. Sente-se, percebe-se no ar que há ali um grande investimento pessoal. Há ali um enorme esforço, por parte de toda a equipa, em fazer com que tudo funcione. Tentam, a todo o custo, que o atleta se sinta bem. Tal como num casamento, quando os noivos andam de volta dos convidados a perguntar se está tudo saboroso.

A juntar a todo este esforço e dedicação tenho o privilégio de encontrar novos e velhos amigos. Tudo isto fez com que aqueles quatro dias no Gerês soubessem a pouco. A muito pouco. 

Da minha parte cumpri o prometido: fiz 3 das 4 etapas previstas. Num total acumulado de 41km com cerca de 3000D+. Foram sensações incríveis (exceto no dia dos 2000 degraus!!) e uma experiência nova: logo no primeiro dia a etapa noturna, coisa nunca antes feita até hoje aqui pela jeitosa.

Posso dizer que fiquei fã, pese embora o meu frontal se tenha portado pior que eu. Ou então a minha falta de jeito e experiência em usar este utensílio enervou-me um bocado. Mas tudo se arranjou. O que vale é que o meu companheiro Ritchie levava um holofote preso à cabeça que nos alumiava. Esta foi uma etapa, para mim, repleta de sensações novas: como já disse, correr à noite, com nevoeiro, muita chuva e atravessar um rio que se mostrava "nervoso" à nossa passagem. As correntes estavam fortes, mas nada que com entreajuda não se fizesse facilmente. No final da etapa fomos até à tenda da Pasta Party: três qualidades de massa, fruta variada, pão, Coca-Cola, cerveja, água, aletria, café. 


Entre amigos

A passagem do rio 



Pasta Party

Na sexta-feira mais uma etapa. Curiosamente levantei-me sem dores musculares. Sempre achei que acordaria como se um camião me tivesse passado por cima. Mas não. Após 8 horas de sono acordei como nova. Mais uma etapa, desta vez 15km, com 1000D+. Siga!

Nunca tirei fotos, chovia copiosamente. Tirar o telemóvel da mochila era sinal de ficar sem ele. Assim que era dada a partida, passados escassos minutos estava completamente encharcada. Até aos ossos, como se costuma dizer.

Mas ali, naquele cenário, tudo é relativo. Nada importa. A beleza dos trilhos, das cascatas, dos ribeiros fazem-nos esquecer que estamos todos molhados, com algum frio e com as unhas todas negras de sujidade das constantes tentativas em nos apoiarmos num ramo ou no chão para não tombar pela descida abaixo.

Fiz os últimos quilometros com um novo amigo: o Zé. Conversámos sobre as nossas vidas, os nossos desafios, conquistas, frustrações. O Zé é mais um exemplo de grande superação. Mais uma história contada na primeira pessoa e que me faz acreditar na força do ser humano. 

Esta etapa terminou em Fafião. E em Fafião tínhamos isto à nossa espera.











Bem hajam a estas gentes que nos aqueceram o estômago mas também o coração.

Ri-me de mim. Ri-me porque nas vésperas de ir para o Gerês fui fazer aqueles rituais tão femininos mas também tão necessários: depilação, manicure, pedicure, hidratação do cabelo... E agora estava ali. Mais parecia uma mulher das cavernas. O verniz quase estalou (mas não, aguentou-se bem!!), o cabelo parecia um ninho de ratos, as pernas estavam todas arranhadas dos arbustos e o meu rabo beneficiou de uma esfoliação completa depois de me ter esbardalhado numa descida cheia de terra e ramos partidos.

No sábado descansei e andei a acompanhar a etapa do Paul Michel, os 60km. Este dia também foi bastante compensador, pois gosto de acompanhar os outros e ajudar, dando força a quem corre.

Soube bem ficar a descansar e neste dia acusei alguma fadiga muscular. Ligeira, mas sentia-me moída. Claro que depois de os ver a correr a sensação de arrependimento era grande. Mas levou-se. 



Adoro estas cores




O meu companheiro na etapa noturna: Ritchie

Lucinda Sousa de cor de rosinha! Linda!!

Paul Michel, Carlos Vieira e Paulo Tavares

Pedro Conde na prova dos 8 dias! Um senhuôre!

Rodrigo, o atleta brasileiro, que prova que para fazer ultras não é preciso ténis XPTO
(podem ser um de cada nação e rotos!!)


No caldeirão de gelo



Marathon des Sables Team 2017... Ou 2016?

Domingo, último dia. Dia para aproveitar ao máximo. E se aproveitei... Até caí três vezes! Além da esfoliação no rabo que fiz na 6ª feira, hoje fiz uma hidratação às pernas. Não com máscara de argila, mas com lama, terra e bosta de cavalo! Um luxo!








Termino dizendo que devem colocar esta prova nas vossas agendas em 2016. Acredito neste projeto. Tem tudo para andar e está ao nível, senão até mais, de outras provas internacionais. O nosso Gerês não fica a dever nada a outros locais de rara beleza por esse mundo fora. Estavam lá vários estrangeiros que o testemunharam e afirmaram. A juntar a este enquadramento natural, têm a garantia de uma prova pensada, organizada e testada por quem percebe disto. 

Era fácil fazer igual ao ano passado. Mas não, a organziação fez diferente. Descobriu trilhos novos e presenteou-nos com uma bela festa. O ambiente que se viveu naqueles dias no Gerês foi absolutamente fantástico, nem a chuva nos conseguiu desmoralizar.

Um agradecimento muito especial ao Carlos Sá, grande mentor deste evento, mas também a toda a equipa. Foram incansáveis e desdobraram-se em simpatias, sempre com o sorriso na cara.

Tal como nos casamentos: trail molhado, trail abençoado! 

Até para o ano. A não ser que a morte nos separe.