Jornaleiros

Isto foi "notícia" porque se trata de uma mulher. Ainda somos muito pequeninos e atrasados no que toca à igualdade de género!

E já agora (e para se ser rigoroso): a quanto é que está o aniversário de um filho? Falta esse dado para perceber realmente se compensou ou não! 

Em formação

Só passei aqui para vos dizer que no passado domingo frequentei o melhor curso de formação em «Motivação e Desenvolvimento Pessoal».

Foram 2 horas de formação-ação com componente teórica nos módulos ‘Gestão por Objetivos’ e ‘Desenvolvimento de Competências Emocionais’.

Tudo isto junto à meta da Maratona do Porto e muito em particular a partir das quatro horas de prova.

Desafio-vos a fazerem o mesmo um dia destes.

Ya estás inscrito en la Transgrancanaria

E com isto podia ter comprado uns trapinhos da moda, mas não... Gasto dinheiro em corridas.

Não percebes o que é o espírito do trail?...

... Eu também não te consigo explicar por palavras, pelo menos para já. Mas sei que há algo que diferencia esta modalidade de tantas outras. A chegada ao fim da linha nunca é indiferente para ninguém, seja pelo alcançar do sonho seja por esbarrar de frente no fracasso.

As imagens abaixo retratam ambas as situações. Mas têm um denominador comum: a partilha.

Juro que um dia vou tentar escrever (muito) sobre isto.

[Imagens da prova El Cruce 2014. Estou apaixonada por esta prova, ando por isso a namorá-la ainda que à distância do clique.]

De volta aos 10km! Sôdade...

No passado dia 27 de Setembro voltei à estrada para uma prova de 10km. E como diz a música dessa belíssima artista Cesária Évora: Sodade...

Já estava mesmo com imensas saudades de fazer uma prova destas. E ainda por cima acompanhada pela minha lebre de luxo: o Paul Michel. E num ambiente tão descontraído como o que se viveu.

Fazer uma prova apenas para correr, conviver e rir foi o que de melhor trouxe da corrida realizada pelo Grupo Impresa para os seus colaboradores e convidados. 

Fui para esta prova livre que nem um passarinho. Correr. Apenas correr. Sabem há quanto tempo não fazia isto? Vai pra lá de seis meses. Diverti-me imenso, revivi sensações passadas e longínquas do início das minhas caminhadas.

A prova desenrolou-se num ambiente familiar e junto à zona de Alcântara, à beira-rio. Estava calor apesar do sol envergonhado. No final até fomos brindados com uma bela de uma trovoada.

O Paul Michel estava divertidíssimo - coisa rara -, e a puxar por mim. Só queria que eu fizesse a prova abaixo da hora. O meu último registo oficial numa prova de 10km era de 1h07m (se a memória não me atraiçoa).  

Nesta prova fui eu quem controlou o ritmo. Controlei até ficar quase roxa. Cheguei a correr durante dois quilómetros a 5:05m/km! Eu!! Imaginem! Claro que passados uns minutos tive de abrandar o ritmo e disse-lhe: "olha lá, eu vim aqui para me divertir, não para começar a matar e acabar a morrer".

Ele entendeu e continuámos a corrida na chamada amena cavaqueira. Pelas fotos isso percebe-se.

Esta imagem já não se via há muito tempo: Baby runners, simplesmente, a rolar

A chegada à meta

E com o meu melhor tempo registado oficialmente até hoje: 00h58m33s

Voltarei a fazer provas assim. Correr apenas por correr. Porque às vezes dá uma sodade...


Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?



[Fotos: Vasco Campos]

E agora?

Ainda me encontro a descomprimir daquilo que foi um ano bastante intenso. Há uns dias atrás falava com o Paul Michel e comentava: “muito dificilmente haverá outro ano como o de 2014.”

Foi o ano das grandes mudanças de vida, das grandes apostas, dos grandes desafios. Não voltaremos a ter outro ano com tanta emoção: Marathon des Sables, TDS e OCC. Três grandes desafios. Neste momento está ele a ganhar 2-1. Veremos até quando.

Alguns já perguntam: “e agora? O que se segue?” É sempre a pergunta que se impõe.

Pois… Mas e agora… Nada. Neste momento preciso de tempo para desfrutar simplesmente da corrida e repensar algumas coisas. Pretendo planificar 2015 com calma e sem grandes ambições. É este o meu desejo. Não vou elevar fasquias, não tenho essas pretensões. Pensar que fiz 53km não me obriga para o ano a fazer 100km, nem 80km. Para mim, não é essa a linha de percurso que quero seguir.

Quero desfrutar 2015. Quero saborear estas minhas pequenas, mas muito trabalhadas e suadas, conquistas. Não tenho pressa. Sou a chamada «Corredora (de Saias) Gourmet», gosto de apreciar e ficar uns tempos a pensar e a repensar no que fiz, fazendo balanços em como poderia ter feito diferente. Não sei se melhor ou pior, mas diferente. Chama-se a isso sonhar com o que aconteceu. Ou então há quem lhe chame “costela alentejana”!

Fartei-me de sonhar com a meta em Chamonix. Depois de a ter cortado já me fartei de pensar como teria sido se não tivesse conseguido. O que estaria hoje, aqui, a escrever?

Até ao fim do ano pretendo voltar à estrada: meia-maratona, provas de 10km. Admito que já tenho saudades. Farei também alguns trails, criteriosamente escolhidos, e manterei um plano de treinos regular. Menos intenso do que nos últimos três meses mas igualmente regular.

Pretendo com isto, e até final de 2014, manter-me calma, sem grandes desafios nem objetivos. Por agora chega. Fiquei cansada só de gerir tanta emoção e expectativa. Por vezes, isso cansou-me mais que os treinos, acreditem…

Quero apenas rolar a máquina. Manter as peças bem oleadas e pensar num ou noutro objetivo para 2015. Sendo que, Chamonix ficou mesmo no meu coração e o regresso ao UTMB é um desejo e uma vontade que gostava de repetir. Assim tenha a sorte de ser sorteada.

Em Portugal há provas que para mim são ícones e às quais também não quero faltar. Contudo, começo já este fim de semana com uma terrível falta a vermelho: Serra D’Arga. Não vou estar este ano. No ano passado troquei uma festa de uma pessoa muito especial por este trail. Essa pessoa de tão especial que é compreendeu e não ficou magoada. Este ano, mais uma vez, a sua festa coincide com a prova. Não o vou nem quero voltar fazer. Como alguém diz: porque a vida não é só corrida!

Não é, mas podia ser… ;)

2014 terminou assim e aqui. Por agora... ;)

Se isto não é estilo... [9]

Não posso deixar de passar em branco a forma como o sexo forte chega à meta!

As primeiras mulheres a chegar à meta das mais recentes e duríssimas provas de ultra trail do mundo, fizeram-no simplesmente assim:

 Rory Bosio em UTMB 2014

 Fez 168km, 9600 D+

 Emilie Lecomte em Tor des Geants

Fez 330km, 24000D+

Por agora é só isto.